Do Flerte com a Tecnologia à Exploração dos Estudos Futuros
Written by Rebeca X: Escrevo sobre design, futuros, tecnologias, provocações, contemporaneidades e crises existenciais — design & data products @cappralab @envisioning.io
Aprimeira vez que entrei em contato com estudos de futuros foi mais ou menos em 2015 quando esse assunto começou a surgir nas bolhas de cursos livres em São Paulo. Eu era uma jovem designer trabalhando em agência de publicidade aos 20 anos, mas estava flertando com empresas de tecnologia porque notei que as agências estavam um pouco atrasadas em relação ao mercado tecnológico que ascendia na época, então achei necessário me antecipar numa possível migração de carreira para não perder o bonde (era a época também que a mídia impressa estava sofrendo os impactos da digitalização, então morri de medo de ficar sem emprego 😬), minha ideia era passar de diretora de arte para UX designer, pois me apaixonei pela ideia de trabalhar colocando pessoas usuárias no centro de soluções e gerar impacto dessa forma.
Participei de um concurso da Perestroika no Facebook e acabei ganhando uma vaga no curso de Futurismo deles e foi lá que entrei em contato com uma infinidade de disciplinas sob a ótica de futuro (biotech, neurociência, IA, blockchain, nanotecnologia, realidade virtual, novos modelos de negócios, impacto positivo, futuro do trabalho e educação, etc.) que me inspiraram bastante nessa transição de carreira principalmente ao ver cases de empresas pelo mundo criando coisas surpreendentes (nessa época, o Vale do Silício era sexy 🤭). Além de ser UX designer, eu também idealizei trabalhar em lugares que operassem sob uma ótica de impacto positivo, que usasse alguma tecnologia promissora e que, minimamente, estivesse criando algum novo futuro. Foram esses critérios que orientaram minha migração e, no final, foi assim mesmo que rolou: me tornei UX e a maior parte das empresas que trabalhei eram orientadas à impacto e a tecnologia predominante era IA.
Uma das coisas que mais gostei ao estudar futuros, foi a possibilidade de enxergar o mundo, a tecnologia, a sociedade e as áreas de conhecimento de forma mais ampla e transversal, entendendo como elas poderiam se cruzar para surgir coisas novas. Eu diria que consegui desenvolver a capacidade de pensar de forma nexialista.
Nexialismo: é uma abordagem interdisciplinar proposta pelo escritor de ficção científica A. E. van Vogt em sua obra Voyage of the Space Beagle em 1950. O termo “nexialismo” é derivado do latim “nexus”, que significa “conexão”.
O nexialismo é a prática de estudar e aplicar conhecimentos de várias disciplinas diferentes para resolver problemas complexos. Ele enfatiza a importância da integração de conhecimentos e habilidades de diferentes áreas de forma abrangente. Geralmente ele é colocado como uma terceira competência em relação ao profissional especialista e generalista.
Se você estudou sobre Design Thinking, provavelmente já tenha conhecido esse case clássico da IDEO, que é uma das maiores consultorias de design do mundo e recebeu o desafio de redesenhar a experiência do carrinho de supermercados. Para isso, ela juntou uma equipe multidisciplinar para pensar uma solução sob várias óticas e afunilou todas as visões em uma solução totalmente centrada nas pessoas usuárias. Tinha gente de biologia, engenharia, design e até marketing na equipe! Se você não conhece, recomendo assistir, pois é um exemplo de como o nexialismo pode funcionar como um jeito abrangente e transversal de pensar as coisas.
No contexto de Estudos Futuros, o nexialismo pode ser visto como uma abordagem relevante para compreender e lidar com os desafios que enfrentamos como sociedade em um mundo em constante mudança. À medida que avançamos para o futuro, é provável que a gente depare com problemas cada vez mais complexos e interconectados, que exigirão uma compreensão holística e uma perspectiva interdisciplinar para solucioná-los.
Vou enfatizar que quando estudei Futurismo em 2015 a abordagem era mais focada em como a tecnologia impactava as coisas, em especulações tecnológicas, era mais enviesada a um futuro único e homogêneo (basicamente um futuro pensado por e para homens brancos ricos) que não contemplava camadas sociais, elementos culturais, comportamentos ou tendências na sociedade na maioria das vezes. De lá pra cá muita coisa mudou e até o termo “Futurismo” começou a ser repensado (ou até evitado), pois além de ser confundido com o movimento artístico do século XX, a comunidade foi amadurecendo e criando consciência sobre a melhor forma de lidar com criação de futuros, até chegar no consenso de que Estudos Futuros seria o conceito mais ideal e inclusivo a ser repassado pra frente como ferramenta de transformação social.
Com esse amadurecimento da comunidade, também aprendemos a trabalhar com “Futuros” no plural, uma vez que pensar em um futuro no singular não contempla as infinitas nuances de realidades presentes. Se durante uma palestra você escutar alguém sugerindo um tipo de futuro desejável, questione. Desejável para quem? Quem será contemplado? Quais camadas da sociedade terão acesso? A solução resolve um problema, mas gera outro? Preocupemo-nos com as pessoas, assim sugere o Futures Consciousness em Concern for others.
Geralmente os termos que povoam esse ecossistema podem ser: Estudos Futuros, Futurismo, Foresight, Futurologia, Futures Literacy, Forecasting, Futures Thinking e por aí vai. Embora cada um tenha abordagens e entregáveis diferentes, é fato que visam colaborar com a construção de futuros melhores para as pessoas. A Thayani Costa traduziu aqui o significado de cada um.
Nesse artigo eu vou trabalhar com dois deles: Futures Literacy e Estudos Futuros que julgo ser o bom arroz com feijão para começar a futuristar.
Futures Literacy
O Fórum Econômico Mundial publicou em 2020 que o skill mais importante para tornar o mundo melhor, após a prevista pandemia do COVID-19 é Futures Literacy.
Futures Literacy (ou letramento em futuros) é uma abordagem educacional que busca ajudar as pessoas a entenderem melhor o futuro e a capacidade de agir* em relação a ele através de um modelo de pensamento.
*Perceba que “agir” é diferente de “reagir”, uma vez que quando você reage, isso te coloca numa posição passiva diante dos fenômenos que o futuro traz. Já a “ação” permite que você esteja no lugar de sugerir e antecipar caminhos ou minimamente que não seja surpreendido. Isso é evidenciado, por exemplo, em empresas ou contextos sociais que foram afetados negativamente com a crise da pandemia e todas as transformações malucas que ela acelerou.
Longe de mim culpar as pessoas por não estarem preparadas para uma pandemia, o que quero dizer é que foi impressionante ver empresas grandonas e cheias de dinheiro não sabendo lidar, por exemplo, com a dinâmica de trabalho remoto, enquanto startups menores e moderninhas já haviam mapeado esse novo comportamento dos profissionais do futuro e já estavam alinhadas com esse modelo. Para essas empresas, a dor da adaptação durante a pandemia foi bem menor ou quase zero. Entende o que quero dizer? Ter atenção às tendências, manter a mente e coração abertos para novas realidades e se interessar em futuros pode te ajudar muito a sobreviver nesse mundão.
Em suma, é uma área que requer habilidades de antecipação para enfrentar futuros incertos, desenvolver uma consciência crítica em relação às várias visões de futuros que existem (inclusive a sua própria visão) e compreender o futuro como um fenômeno de dimensão social, cultural e política. Riel Miller, um grande contribuinte de Futures Literacy, resume nesse vídeo as vantagens em adotar essa competência fundamental para o século 21.
Estudos Futuros
A definição de Estudos Futuros (ou Futures Studies) pode ser facilmente encontrada dando um Google e vai variar uma palavrinha aqui ou ali de acordo com as escolas e pessoas que trabalham sob essa ótica, mas para contextualizar resumidamente: é uma abordagem interdisciplinar que procura entender, explicar e influenciar o futuro através de metodologias científicas e ferramentas de mapeamentos. O foco principal é criar e antecipar cenários futuros.
Um exemplo é o CIFS (Copenhagen Institute for Futures Studies) que é uma instituição de pesquisa independente sediada em Copenhague, Dinamarca. Uma das iniciativas deles é o IMAGINE Futures Festival onde criaram uma sessão chamada “An Interdisciplinary Night at the Museum” que reuniu acadêmicos, empresas e setores públicos em um processo crítico para reimaginar futuros após o COVID-19. A dinâmica foi conduzida pela ARKEN Art+Tech Lab e Kintisugi Design em como a arte pode ajudar a democratizar, descolonizar e participar da construção de futuros.
Os principais entregáveis englobam cenários de futuros possíveis ou plausíveis possibilitando a exploração de futuros alternativos, técnicas e modelos de previsão de tendências, mapas ou canvas com caminhos que norteiam metas a serem alcançadas e políticas para possíveis futuros. Produtos que também podem vir a surgir são palestras, seminários, workshops, visualização de infográficos e dados que são úteis para serem compartilhados em formato de insights.
É importante mencionar que o mapeamento de tendências em âmbito comportamental, tecnológico, social, cultural ou político é essencial para ajudar a projetar cenários futuros. O que podemos aprender com as tendências e como mapeá-las faz com que consigamos tomar melhores decisões?
- Identificar sinais de mudanças no presente pode ajudar a entender como poderá ser o futuro;
- Permite enxergar oportunidades, evitar riscos e antecipar cenários para ser um agente inovador;
- Ajuda a desenhar estratégias a médio e longo prazo ajudando, por exemplo, uma organização a acompanhar as mudanças e ser mais bem sucedida.
De forma prática, enquanto Futures Literacy te ensina a pensar, Estudos Futuros te ajuda a agir.
Fica cada vez mais claro que essa coisa de futuristar no presente é um grande aliado que norteia nossas manifestações na sociedade com a intenção de um futuro cada vez melhor.
Será que dá para pensar mais além?
Tudo isso tem funcionado e feito sentido, mas é possível elevar um pouco mais o nível da conversa trazendo uma sugestão ainda mais cabeçuda: você já imaginou planejar o futuro partindo do próprio futuro? Parece viagem e é mesmo! É uma viagem de volta ao futuro que sugere Mark Johnson em seu livro Lead From the Future.
Até então, estávamos partindo do presente para planejar lá na frente um futuro e isso acabava se configurando como uma extensão previsível do presente que permite apenas inovações incrementais, logo isso não gera grande inovação. Nesse processo, Mark chama de Present-Forward (presente-estendido).
Presente estendido = Futuro previsível
A grande virada vem agora. Visitar o futuro (uns 5 a 10 anos) pode ser uma forma de trazer aqui para o presente, o que tem de muito novo lá na frente. Então você trabalha de volta até os dias atuais para ver qual estratégia precisa implementar para chegar lá. Mark chama isso de Future-Back (futuro de volta).
Futuro trazido de volta = Futuro inovador
Soa desafiador. Operando sob o Present-Foward, digamos que você esteja sempre correndo para se adaptar e não morrer na praia. Isso não te torna inovadora, mas sim, alguém que segue correndo atrás de alguém. O que te torna inovadora é operar sob o Future-Back, estar olhando para onde ninguém mais está e criar novos caminhos.
Como fazer melhores perguntas?
A forma mais interessante de olhar para onde ninguém está olhando é fazendo perguntas que ninguém está fazendo. Fazer perguntas melhores é tão essencial quanto ter resposta pra tudo. Esse foi um insight bacana que tive no primeiro Tomorrow One que participei em 2022. Para começar a fazer melhores perguntas é importante estar atenta ao mundo, à sociedade, às pessoas e claro, extrapolar seus benchmarks para além da sua própria indústria ou concorrentes diretos e indiretos.
Quer dizer que existe um terceiro item além dos concorrentes diretos e indiretos? Sim. Vou te mostrar como existe uma transversalidade de influências nos negócios, que por acaso, são as respostas de quem fez perguntas que ninguém fez antes.
😌 Um exemplo simples: se eu te pedisse uma lista de empresas que concorreriam com a Cacau Show, intuitivamente você diria: Brasil Cacau, Kopenhagen ou Lindt. Mas a real é que ninguém se pergunta qual o problema que a Cacau Show resolve. A Cacau Show não é uma bomboniere, é uma loja de presentes. Quantas vezes no dia das mães você já ficou entre uma cesta da Cacau Show ou um kit de cosméticos da Boticário? Percebe que o impacto veio de uma outra esfera menos óbvia?
🤯 Agora um exemplo mais mindblowing: a Shiseido lançou em 2019 o Optune, uma tecnologia baseada em IoT (Internet das Coisas) e IA (Inteligência Artificial) que faz uma análise personalizada através de um app que processa fotos da sua pele combinadas com outros dados, como o ciclo menstrual, humor e também fatores externos como ar e umidade. Após o diagnóstico, os dados são enviados do app para um aparelho cilíndrico carregado com cinco cartuchos de soro Optimum Shot que “fabrica” a fórmula mais adequada de sérum para a sua pele. O serviço é oferecido no Japão através de uma assinatura mensal de cerca de $92.
Eu não conheço nenhum produto que fabrica meu próprio cosmético em casa baseado na minha pele, você tem algum em casa? Eu também não. Então sim, podemos encarar ele como uma proposta realmente inovadora.
Quais perguntas deveríamos estar fazendo para identificar impactos transversais em várias indústrias a partir da nova realidade que esse serviço vai começar a instalar na vida das pessoas e dos novos comportamentos que vão surgir? Uma vez que agora você terá acesso a informações sobre o seu corpo, saúde, metabolismo ou será menos propensa a comprar produtos por experimentação? Será que a dermatologista vai ficar feliz que não poderá prescrever a marca X? Qual segmento totalmente avulso ao da cosmética pode se beneficiar (ou não) com o novo posicionamento que as consumidoras terão com essas informações em mãos? Será que obter informação do ciclo menstrual pode fazer com que a pessoa ajuste alguma rotina de exercícios? E nesse novo futuro onde as pessoas estarão mais munidas de informação, como você ou sua empresa podem contribuir com esse futuro que quase ninguém conhece, mas que abre espaço para novas coisas serem criadas? Eu não sei. Mas é mais ou menos por aí que dá pra começar a pirar.
Esse case foi retirado do Relatório de Sobrevivência de 473 páginas da ONNA, a ferramenta monstruosa de mapeamento e validação de personas do The Ugly Lab. Nesse documento é possível encontrar centenas de outros cases das mais variadas indústrias e alguns padrões de comportamento baseado em novos paradigmas dos novos tempos.
Quer mais um exemplo? A L’Oréal também criou algo parecido.
O Optune da Shiseido é claramente um pequeno exemplo de uma solução inovadora personalizada de acordo com as necessidades das pessoas. Quando mencionei lá em cima que o futuro precisa ser plural, talvez tenhamos que colocar o fator principal no centro desse planejamento de novas realidades que são as pessoas. É clichê, mas tem que ser.
Do Design Centrado no Usuário ao Futuro Centrado nas Pessoas
Me tornar designer me possibilitou enxergar o mundo de uma forma que não dá mais para desver. O design cola uma espécie de badge no nosso peito que faz a gente pensar que é possível construir ou idealizar quase qualquer coisa. Quando me tornei UX, enxerguei a possibilidade de construir coisas pelo viés das necessidades de uma pessoa usuária de um determinado serviço, mas com o tempo fui aprendendo que o design pode ser parte do planejamento de uma solução que abrange um contexto muito maior de pessoas, como um sistema político, educacional ou ambiental. Aprendi, inclusive, que pensar como designer não se restringia apenas a designers, pessoas qualificadas em outros campos também podem pensar como designer. Hoje é possível ver pessoas de código pensando como designers, por exemplo. Imagino, inclusive, que pensar como designer um dia vire commodity e deixe de ser uma profissão tão específica, afinal resolver problemas, olhar para as pessoas e ter criatividade está virando uma exigência em muitas outras áreas.
Uma vez encontrei o perfil da Gabriella Ibrahim que vê o Legal Design como o futuro do direito. Ela usa técnicas de design thinking para tornar documentos jurídicos e contratos com escrita rebuscada em materiais simples, bonitos e acessíveis. Já não dá para saber se ela é uma designer-advogada ou advogada-designer, talvez os dois.
Entendo que design não é um campo total de análise e sim de síntese, ou seja, ele utiliza de metodologias para convergir descobertas em soluções e assim gerar transformação. Quando comecei a estudar futuros, percebi que eu passava mais tempo analisando e descobrindo coisas novas. Ampliar meu olhar para além do design foi rico e complementar. Me ajudou a escanear o mundo com lentes temporais: Como era? Como é? Como pode ser?
Acredito que o match entre design + estudos futuros possa facilitar o planejamento de um futuro centrado nas pessoas como endossa Don Norman, e cá entre nós: é MUITO legal esse blend.
“Se você quer ser um designer melhor, não estude livros de design. Estude escultura, pintura, carros, relógios, filósofos, filmes, ficção, música, pessoas. Estude o mundo.”
— Frase de Tobias van Schneider mencionada nesse artigo
Playground de referências para estudar mais sobre futuros, sociedade, design e ficção
📚 Leituras
• A Economia dos Desajustados
• Abundância: o Futuro é melhor do que você imagina
• A Última Pergunta (ficção)
• Byung-Chul Han (todos os livros)
• Ignorância: Como ela impulsiona a ciência
• Future Shock
• Full-Spectrum Thinking: How to Escape Boxes in a Post-Categorical Future
• Homo Deus: uma breve história do amanhã
• How To Speak Machine: Computational Thinking for the Rest of Us
• O futuro do Design: O que vem depois?
• Por que Inovação Centrada nas Pessoas é necessária?
👽 Organizações de pesquisa, tendências, escolas e empresas para ficar de olho
• Aerolito–Um ecossistema de Futures Literacy
• Box1824
• Cappra Institute — For Data Folks
• Design Investigations
• Echos Laboratório de Futuros Desejáveis
• Envisioning
• Inesplorato
• Institute for the Future
• Nau d’Dê s — Futuro Jurídico
• Speculative Technologies
• Speculative Futures
• The Future Laboratory
• WGSN
• White Rabbit Trends
🎞️ Para assistir
• Abstract: The Art of Design
• AlphaGo — O Filme
• Como a arte, a tecnologia e o design formam líderes criativos
• Design Disruptors
• Decolonização & descolonização do design
• Fadiga do Futuro
• Futuro decolonial: utopias negras e indígena futurista
• Leading from the Future
• O Dilema das Redes Sociais|
• Rosa Alegria — O Futuro que se aprende na escola
• The Rise of Lowsumerism
🤖 Ficção, distopias e especulações para pirar
• Black Mirror
• Equals
• Eu Robô
• Ex Machina
• HER
• Love, Death & Robots
• My Holo Love
• Ruptura
• The Purge
• Westworld
• 3%
💡 Pessoas para seguir
• Amy Webb
• Fábio Kabral — Afrofuturista
• Daniela Klaiman
• Kevin Kelly
• Lala Deheinzelin
• Lídia Zuin
• Michel Alcoforado — Antropólogo do Consumo
💻 Portais e conteúdo
• Artificial Insights (newsletter sobre IA by envisioning)
• Fed by Future Resources (curadoria de conteúdo direto no WhatsApp)
• Futurism (portal)
• MIT Technology Review
• O Futuro das Coisas (portal)
• The Verge
• The Future Resources by Lydia Caldana (repositório de conteúdos para pessoas que estudam tendências e futuros)
• Visualize Value
• WIRED