Sentimos muito e essa não é uma desculpa, é um fato.


Sentimos muito. O tempo todo.
Ainda assim, como é possível sentir tanto e não saber o que se sente?
Você acorda com uma sensação ruim, passa o dia tentando manter o foco e, no fim, diz: “estou cansado”. Será que é só isso mesmo?
Pode ser raiva. Pode ser tristeza. Pode ser tudo junto, mas sem vocabulário, sem pausa, sem estrutura, tudo vira só cansaço.
Em tempos de hiperconexão e aceleração, as emoções se acumulam como abas abertas e vamos vivendo assim: respondendo às notificações internas sem saber quem está falando.
Temos recursos de sobra para automatizar decisões, organizar fluxos, otimizar tarefas. Mas quase nenhum para lidar com o que sentimos no meio disso tudo.
O tempo para refletir foi substituído pela urgência de reagir e, nesse processo, emoções complexas são tratadas como obstáculos, não como parte da experiência humana.
Falar de raiva, ciúme, vergonha ou ambivalência ainda é desconfortável. A saúde mental virou pauta, nem sempre virou prática. Falta linguagem, estrutura, espaço para nuances. O excesso emocional, quando não é nomeado, se acumula.
Foi nesse cenário que a Emmo – emoções surgiu.
A partir de uma base que cruza filosofia, psicanálise, psicologia, antropologia social, neurociência, design e estudos do comportamento, nosso objetivo é propor uma leitura expandida das emoções, organizada em três níveis complementares: emoção, sentimento e comportamento.

Sim, é importante diferenciar. Emoções são reações fisiológicas imediatas, muitas vezes inconscientes. Sentimentos são elaborações subjetivas e simbólicas que dão sentido à emoção. Comportamentos são expressões observáveis e repetidas desses estados.
Na pressa, tendemos a pular direto da emoção para o comportamento, sem passar pela consciência do que sentimos.
A Emmo propõe o contrário: parar, observar, nomear, sustentar.
Além disso, ela considera três categorias analíticas que ajudam a entender como as emoções se manifestam:
- A valência, que indica se o estado é mais agradável ou desagradável;
- A intensidade, que varia do leve ao intenso;
- E as ações típicas, que sugerem formas comuns de expressão ou resposta emocional [como isolar-se, gritar, fugir, dialogar, cuidar, etc].
Com isso, é possível identificar padrões emocionais, reconhecer gatilhos, evitar respostas automáticas e criar espaço para escolhas mais conscientes.
O foco aqui não é oferecer respostas prontas, mas criar estrutura para quem sente demais e precisa sustentar isso de um jeito que não o paralise. Para quem escuta, analisa, cuida ou cria.
Porque talvez o que nos falte não seja clareza e sim, linguagem para perceber que estamos sentindo.
Saber nomear é um ato estratégico
Quando a emoção vira ruído, talvez o primeiro passo seja reaprender a observar. Ou melhor, é necessário entender e dar nome aos bois para reconhecer e deixar de andar no escuro.
É quando transformamos o que parece confuso em algo que, ainda que continue complexo, ganha contorno, direção e linguagem, que traçamos novos rumos.
Não é uma fórmula. É uma estrutura viva, que pode ser usada de muitas formas.
A partir de um conjunto de 27 emoções organizadas graficamente e de forma relacional, a Emmo constrói um repertório emocional expandido: sem simplificações, sem moralismos, sem binarismos entre certo e errado.

Ela não pretende diagnosticar. Nem resolver. Seu propósito é abrir espaço para sustentar o excesso: pessoal, profissional, coletivo [não que isso seja pouca coisa :3]
Para quem sente, escuta, analisa ou cria, a Emmo pode ser lente, provocação ou espelho. Não importa se você está diante de um cliente, de um paciente ou de si mesmo.
Na prática, pode funcionar como um mapa visual para quem precisa traduzir o que sente.
Como uma chave para conversas mais sinceras.
Como um recurso de escuta em processos terapêuticos.
Como uma lente para quem trabalha com marcas e entende que não existe estratégia forte sem afetos bem compreendidos.
Ou no dia a dia, como um apoio para quem está tentando organizar o próprio caos interno, sem cair na armadilha de se tornar uma planilha emocional.
Não existem respostas certas ou erradas, só possibilidades de leitura.
Porque sentir demais não é o problema. O problema é quando não sabemos sustentar o que sentimos, nem usar isso como informação, potência ou direção. Para a vida, para o trabalho, para o que queremos construir com presença.
Será que o problema é sentir demais ou tentar viver como se não sentíssemos nada?
A Emmo é uma tentativa de sustentar esse meio do caminho.
Se você também sente que está difícil organizar o que te atravessa, talvez essa ferramenta seja um bom começo. A Emmo – Emoções está disponível na Lojinha Feia, junto de outras ferramentas que também nasceram do incômodo. Confere lá 😉
